Beatrice tinha medo do que ocorreria. Tinha medo de que fosse inevitável apaixonar-se por Vinicius. Não eram iguais, não eram em todo diferentes, havia uma sincronia de pensamentos, toques e olhares. Tudo era tão simples e acontecia tão naturalmente que começava a desconfiar dessa felicidade que sentia. Como na leveza de passos de samba, ele sabia conduzi-la. Encantador. Percebeu que não tinha como fugir do que tanto afligia. Já tinha caído na armadilha. A menina era um pardal assustado.
Los Hermanos era insuportável para ela, mas quando estava com ele no pensamento ou pessoalmente, deliciava-se com aquele ar melancólico da banda. O toque das mãos dele revelava sensações nunca sentidas antes, aquele arrepio no corpo que só conseguia sentir com ele. Às vezes, apenas a presença do rapaz era necessária para conduzir correntes elétricas na pele da moça. A boca de Vinicius fora moldada pela dela, era a única certeza que tinha.
Aquilo tomava conta de seu corpo, da sua alma. Embriagada pelas palavras de Vinicius, seus pés só sabiam correr na direção do amante, seus olhos estavam postos por toda a figura dele, cada movimento, como seu peito se mexia a cada respirar. Ela fitava-o com curiosidade, estudando cada parte de seu físico e calculando cada sorriso e o que teria que fazer para mantê-lo.
Ela o amava... mas tinha medo de demonstrar, de voltar a viver todas as coisas que passou em outros tempos...
Talvez ela ligue para ouvir Vinicius hoje
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