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Alexitimia




  A única coisa que Beatrice poderia e conseguia dizer do que sentia em relação a ele é que era: muito e que esses milhares de muitos juntavam-se e formavam "tanto". Ela estava perdida, sabia disso. Olhava o céu, o peito apertava e fugiam lágrimas daqueles olhos graúdos e melancólicos. Eles gritavam o que insistia em calar. Contar estrelas fazia com que tivesse a sensação de que seus problemas eram bem maiores do que aparentavam, tudo por causa da sensação de estar sob o infinito, de vive-lo.
  Não era a mesma. Não fazia mas questão de esconder os sentimentos. Levantou e pôs-se a caminhar naquela rua semi-clara. A alegria foi-lhe amputada, o sorriso foi esquecido com as dores que o intento de olvidar trazia.

  
  Era um ser humano infeliz. Sentia-se incapaz. Enquanto caminhava, algumas gotas começaram a cair. Pouco depois, fez-se a chuva. Estava encharcada e sentia-se pesada. Mas não era o peso de suas roupas, mas o peso de sua escolha. Imediatamente seus olhos inundaram-se. Não merecia sofrer daquela forma novamente. Perdeu a voz e o pouco sentido que lhe restava.

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